segunda-feira, 11 de junho de 2012

Perigo

Tanto mais alta é a altura, mais séria a queda. A gente vive a vida sem prestar atenção em quão frágil ela é. Um momento basta para tirá-la. Um descuido para estragá-la. Uma escolha para esvaziá-la. Quantos perigos nos rodeiam, mas seguimos sem prestar muita atenção neles. De alguma forma, temos uma certa certeza que vem intrínseca, nos assegurando que tudo irá bem. Mas nem sempre. Às vezes olhamos para ele: o perigo. A ameaça. E ela assusta. Faz careta e sopra que está mais iminente do que gostaríamos. Nessa hora precisamos de uma outra certeza. A certeza que não é tão intrínseca, mas se torna assim. A fé. A fé de que a fortaleza que me protege é mais forte do que que aquele perigo se torcendo na sua frente. A fé de que se ele me pegar, tenho refúgio nessa mesma fortaleza. Tenho abrigo e remédio. Tenho como fazer do perigo uma vitória, uma glória, um aprendizado. E sei que quando me sinto impotente, é essa a certeza que me carrega.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Gracinhas

Papai faz caretas, pequeno dá muita risada e fala:
-O tipo!
(Vê se já tá na hora de usar gíria!!!)

Pequeno vê o cordão na blusa da mamãe. Se interessa, pega e pergunta:
-Que é isso?
-É o cordão, filho.
-Não, não é cordão. É fio.
(Com toda essa certeza, acho que perguntou só de bonito, pra puxar um papo!)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tabu

Eu não tenho problemas em falar sobre assuntos diversos. Política, religião, sexualidade, não importa. DESDE QUE (sim, há um desde que) o ambiente e as pessoas sejam certos para isso. Se o contexto favorece, susse. E não é a primeira vez que eu repenso sobre o ambiente blog. Quem são meus leitores? Por que e para que escrever? E o assunto da vez ainda está meio internalizado. Daí eu tive vários posts de menor importância para escrever, mas não consegui, porque cada vez que sento para escrever um, o pensamento assalta: Mas vai escrever isso e ainda nem falou da gravidez? Sim, pronto, falei, estou grávida. Para que serve colocar essa informação na internet? Não sei. Sei que sigo uma boa mão cheia de blogs que amo ler e volta e meia me ajudam a pensar na minha própria realidade. Mas esse blog nem era pra ser sobre maternidade. Era pra ser sobre o que a Mabel pensa sobre as coisas. Mas a maternidade é tão misturada com o que sou... faz parte de mim. Olhando os posts do blog, tem muito mais sobre isso do que sobre as outras coisas. Reflexo? Acho que sim....

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Massinha


A brincadeira da vez, boas horas de diversão. Mas confesso que eu me divirto um pouco mais que pequenino. hehe. Como é bom ficar amassando e modelando. Tinha esquecido.


Pocoyo

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Fã-Club

Hoje teve feira do livro na escolinha. O Dia do Livro está chegando, e nosso pequeno já é amante das páginas, desde pequenino! Que bom! O que não falta é incentivo! Então fomos na escola no contra-turno hoje. E foi tão legal espiar a dinâmica na escolinha disfarçadamente, enquanto fingia olhar olhava os livros da feira. Ele chegou muito empolgado, e fiquei derretida de ver que ele foi dar oi pras tias dele. Óin! E correu pelo parquinho, e já conversou com os amiguinhos dele que estavam por ali. Quando viu os livros, claro que disse 'uau' e se interessou por folheá-los um pouco. Escolhemos um que ele amou. Mas a grande surpresa veio ao dizermos que estava na hora de ir, e ele dava seus tchaus, quando passou por uma janela onde estava a turminha dos maiorzinhos. Ele deu um tchauzinho pra lá, e um grupinho de umas 4 meninas olhou pra ele. Encantada, uma das meninas disse 'Olha, o Lindo!' E todas 'Óh, que lindo! Oi seu fofo!' etc. e tal. Bom, eu sabia que isso ia acontecer, só não sabia que assim tão cedo. Meu filho já tem fã-club!!!!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Circo

Dia de chuva. Confesso que passei a manhã pensando que as atividades da escolinha estariam hoje meio limitadas, e imaginando se meu filho não ia ficar na passividade hoje. Sim, porque a mãe controladora aqui ainda não fez as pazes com não saber o que exatamente o filho fez a manhã toda. Mas qual o quê. Foi o dia do circo, e as tias aproveitaram para fazer muito artesanato, palhacinhos de sucata e um chapeuzinho de palhaço. Fiquei toda feliz de ver o pequerrucho chegando na porta todo empolgadinho de chapéu na cabeça e palhacinho na mão. Filho feliz da vida, brincando pra la e pra cá, e falando bastante do tal circo e palhacinho! Mamãe contente e aliviada de ver a produtividade da manhã chuvosa!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Faz-de-conta

Uma etapa importante no desenvolvimento, o faz-de-conta mostra como o cérebro já é capaz de fazer conexões que vão além da lógica, e passam ao nível da imaginação.
Os exemplos presenciados aqui em casa recentemente:

1. Menino brincando de carrinho. De repente pega a mão em conchinha e fala
-hmmmm, bolo.
Dá para o carrinho comer fazendo 'mnam, mnam, mnam'
E então o carrinho empurrado continua seu caminho, satisfeito.

2.  Piuí, lá vai o trem, vai indo no chão, um pouco pra cima, mais pra cima...
-voa, piuí, voa!

3. Dois livros empunhados, um diz para o outro.
-oi, tudo bem?
e o segundo responde:
-tchau, tchau, shuack, shuack.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

pré-sono

Nova mania: após colocar pequeno para dormir, com direito a livro, oração, musiquinha, conversinha, beijinhos e tals, saio do quarto para dali a pouquinho ouvir um choro sentido. Volto ao quarto para ouvir uma das variações seguintes:
-boa noite, amo vc.
-tchau, tchau, smack.
-ptá, ptá, ptá, ptá, ptá (infinito) ptá, tchau.

Quem resiste?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Receptor

Quase no início do jantar e já está saindo da cadeira? Mas estava crente que ele estava com bastante fome! E aquela comidinha estava caprichada! Em meio piscar de olhos ele já tinha arrastado uma cadeira pra dentro da cozinha e começou a subir. Lá vai mamãe. Agora é hora de comer, filho. Olha que sanduíche gostoso. Pega com as duas mãos! Assim! E continua a conversa dos adultos. Bem que eu ouvi que ele tinha falado um som parecido algumas vezes, mas naquela hora não prestei muita atenção. Dali a um pouquinho estava de chororô. Papai já ia se zangar quando me liguei do que estava acontecendo. Pera aí, acho que ele tá querendo alguma coisa específica, e não tá conseguindo falar. Acho que está na cozinha... Papai concorda, e vai além. Leva o menino até a cozinha e fala, pode falar filho, o que vc quer? Aponta! Garfinho! E olhei ao lado do seu pratinho, e não tinha mesmo garfinho. De volta na mesa, feliz da vida, pegou todo o recheio do sanduíche, comendo contentemente de garfinho. O pão eu picotei depois, e ele comeu com o molhinho, com o garfinho. Deve ser mesmo dura essa vida de emissor sem receptor... E faz pensar quem mesmo é que deve se zangar - quem não entende ou quem não é entendido? Nenhum! É 'só' comunicar!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Escolinha

Não pude levar, tava trabalhando. Mas acordei e busquei. E não foi traumático, nem tão tranquilo assim. Ao acordar era um 'mimi, mimi, mimi' pq queria dormir mais... daí eu ia pegar alguma coisa ele se enfiava denovo na cama embaixo do lençol. Expliquei denovo que ia trabalhar, papai ia levar na escolinha e depois a gente buscava. ok? Ok.

Quando cheguei o relato: rápido e indolor. Deixou, deu os recados pras tias, deu tchau e pronto. Alguns momentos foram de estranhamento. Nossa, que quietude. Nossa, que vazio. Nossa, que produtividade! Nossa, que saudades. Nossa, andar de mão dada até a escolinha pra buscar, 2h30m depois. Vamos chegar de quietinho, pra tentar dar uma espiada, combinado? Câmera na mão pra pegar uma foto dele lá entretido. Não deu muito certo pq assim que entramos na vista, ele nos viu.

E me surpreendi com a reação. Por um milésimo de segundo foi feliz. Daí saiu da mesinha e ficou bem bravo, e disse não, e bateu na pia, que estava ali ao lado. Ele estava mostrando uma indignação por ter sido deixado. Já juntei o piá pra mim, e disse 'Foi legal, não foi? Quantos amiguinhos! E já estamos aqui pra te pegar como combinamos. E ele se agarrou num abraço mais apertado e longo do que eu achava que ele conseguia. Depois do longo abraço, nós demos o tchau pra turminha e fomos para casa.



Mas não havia ainda acabado. A combinação de sono, fome e a dorzinha de estar crescendo se manifestou em  chorinho, birrinha, manhinha, chamego. Soneca mais longa que o normal. Chorinho, birrinha, manhinha, chamego. Pra cama mais cedo, amanhã tem mais.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Preparo

No último post eu tinha reclamado falado sobre as idas ao mercado com o pequeno. Depois disso, além das conversas com os amigos, sugestões, e leituras, fiz também um exercício de crítica pessoal. Repensei como estavam sendo as visitas ao supermercado, e o que poderia melhorar. Um dos livros que li sugeria não ir com seu filho ao mercado nessa fase. e até que eu tinha essa opção, mas não achei que fosse a melhor saída. achei que é exercitando que se aprende, e então montei um plano de ação. Esse plano consistia em:
1. Deixar pra ir após soneca e alimentação.
2. Conversar avisando onde vamos, o que vamos fazer e o que eu esperava dele.
3. Levar um carrinho para mim aqui de casa, e um carrinho de puxar para ele. E mais nenhum volume.
4. Desde o começo, não deixar que ele pegasse no 'meu' carrinho. Tinha o dele.
5. Fazer a visita um pouco mais curta e pontual.

E, para a minha surpresa, foi tudo um céu! Lindamente ele concordou em carregar seu carrinho, me ajudou a pegar as frutas e verduras. Esperou na fila! Como me sugeriu a Aline, me ajudou a passar as compras para o caixa (isso ele meio que largava bem de cima, então não poderia ser nada quebrável, mas ainda assim ajudou). Nas vezes que se interessou por alguma coisa (um desenho na TV e um carrinho daqueles com volante largado num corredor), a regra do minuto deu bem certo - vc avisa que só dá pra ficar um minutinho, espera um minutinho, e depois avisa que o minuto acabou, tem que dar tchau.

Na verdade o importante mesmo não foi a ida ao mercado em si, e sim a reflexão do que devemos esperar de um pequeno ser, e como podemos ajudá-los de maneiras não tão óbvias, a cooperar. Sim, é difícil planejar e preparar tudo, mas o tempo gasto com isso é menos e bem mais agradável do que se deixar de fazer.
 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Piti

Bem que eu sabia que não sairia ilesa. Nessa semana, pequeno filho resolveu que quer dar piti no supermercado. Sim, sim, porque sempre observamos os outros passando por isso, e escolhemos um entre dois cursos de pensamento. O 'isso não vai acontecer comigo' ou o 'será que eu agiria assim no lugar dessa mãe... hmmm acho que não!'. A questão é que ele quer empurrar o carrinho do supermercado totalmente sozinho, ninguém pode encostar um dedinho que seja. E geralmente começamos bem, vira pra lá filho, e ele vai. Agora aqui. E vai. Daí lá pelo quinto minuto de compras, vc fala e ele não vira nesse corredor, mas no próximo. Vc não se importa de mudar o roteiro das compras, nem em gastar uns minutos a mais, então não dá bola. Daí lá pelo nono minuto de compras, a criança vai em direção a pilha de vidros de azeite no meio do mercado, e vc segura o carrinho para evitar um desastre, causando um outro desastre: a indignação total da criança, que berra, e puxa o carrinho em direção a si próprio acertando na boca... hmmm. Abraça, agacha, conversa, já passa. Mas a sina do controle continua, e ao exigir paciência na fila do caixa gera certa tensão. Enquanto a mãe precisa pagar a conta, embrulhar os pacotes, a criança quer sair correndo com o carrinho por outras direções, escalar as bikes de adulto expostas logo ali, ou então se jogar no chão choramingando. Todos os olhares voltados para a mãe, aquelas hostilidades de pensamento no ar. Muito bem, para casa! Só pra repetir toda a cena dois dias depois. Meus dias de supermercado tranquilo se acabaram, e os do dilema 'e agora, qual é o caminho certo?' se acentuam.